A ESTE – Estação Teatral fundou-se em 2004 como resultado da sinergia de profissionais interessados em desenvolver um projecto artístico que pudesse intervir, de forma efectiva, na sua região e contribuir, em simultâneo, para uma “ideia de teatro” que perspectivasse e fomentasse todo um sentido universal. O projecto pedagógico “Uma história para continuar…” foi a sua primeira iniciativa, e visava estabelecer laços de intervenção e cumplicidade com a comunidade escolar do concelho do Fundão. Desta relação, não apenas a companhia desenvolvia actividade em torno da criação e formação de públicos, como fazia lançar as bases programáticas do seu projecto artístico, numa afirmação de “urgência” e “necessidade”, promovendo o encontro, a relação de “quem faz” com a de “quem vê”, recentrando o trabalho na encenação, na percepção visual e no corpo do actor (a paisagem natural de uma emoção).
“Mãe Preta” (2004) e “O filho da Dona Anastácia” (2006) são espectáculos em forma de monólogo que marcam todo um período de arranque. Ali se percebia uma dinâmica, um impulso que encara a criação através de peças que se constroem não para o público mas “com” este, sempre em impermanência.
“Pax Romana” (2006), uma criação colectiva, foi outra das emblemáticas criações, estando quatro anos em itinerância, e representou um avanço no que concerne a uma vontade que a companhia denominou de “abrangência”, desenvolvendo espectáculos para todas as idades, todos os extractos sociais, credos e gostos sem, com essa opção, nunca deixar de lado o rigor, a exigência e implicação de cada um dos intervenientes.
Este propósito de não descriminar espectadores continuou sempre presente, em todas as criações, e em finais de 2007 outra frente é aberta com o espectáculo “A verdadeira história da Tomada do Carvalhal”. A primeira incursão numa temática eminentemente local, dedicada à Beira Interior, que pudesse ao mesmo tempo encontrar uma identificação noutras regiões e cidades, fazendo iluminar o humano. Mais tarde, a ESTE – Estação Teatral desenvolveria o projecto Invasões, um ciclo de novas dramaturgias dedicado ao seu espaço geográfico e sociocultural, assimilando a criação de 2007 onde, três anos depois, lhe juntou “As cebolas de Napoleão”.
Em 2009, a companhia fez uma primeira incursão no universo das grandes dramaturgias do Ocidente, dedicando-se a “estudar” a peça A Cozinha, de Arnold Wesker, de onde fez sair “Cozinheiros”
Com uma enorme intervenção na área pedagógica, promovendo com regularidade, seja em contexto escolar seja em civil, a ESTE – Estação Teatral conta já com 15 criações onde se destaca a disposição para uma dramaturgia original, que reflecte, antes de mais, um propósito actual para o Teatro. As suas criações já estiveram muitas dezenas de cidades e vilas portuguesas, assim como a companhia já se fez representar, nos seus seis anos de existência, em Espanha, Cabo Verde, Alemanha e Brasil.
|