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A Entrada do Rei

04-12-2014 13:47:52   Criações  

"O rei viaja. Madrid, Trujillo, Mérida, Badajoz, Elvas, Estremoz, Évora, Montemor, Almada, Belém e Lisboa. Já todos zombavam desta pretensa travessia, quando se aperceberam que, desta feita, era mesmo intenção consumada. Desde a sua coroação, duas décadas antes, não passara da promessa. Mas agora ei-lo às portas de Lisboa, aguardando a sua triunfal entrada. A antiga capital, outrora centro da civilização ocidental, está ainda atrasada para a sua recepção, está a engalanar-se como nunca, qual amante que tudo joga para seduzir e conquistar. Não é fácil segurar o Senhor do Mundo. Rei de Espanha, de Portugal e dos Algarves daquém e dalém-mar em África, de Nápoles e da Sicília. Filipe de seu nome, como nome de uma dinastia. Filipe o terceiro mas também o segundo. Aquele que se desviou das promessas do pai, e enfraquecera um Portugal outrora jurado como território preservado na sua influência e autonomia. Como será agora, no ano da graça de Nosso Senhor Jesus Cristo de 1619? Há que receber e convencer o Rei, o Rei fará a sua entrada...
Entre o entusiasmo da populaça que aclama a passagem de Filipe pelos inúmeros arcos do triunfo edificados para a ocasião, estão rejubilantes mãos erguidas aos céus de personagens de outras histórias mais pequenas, histórias de intrigas, traições, enganos e desencontros, entre duelos de capa e espada, ao bom jeito da Comédia Nova, onde Lope de Vega foi um expoente.

A Estação Teatral da Beira Interior, companhia portuguesa que tem marcado, pela especificidade do seu trabalho, o panorama teatral do seu país, encontra numa obra do lisboeta hispanófono Jacinto Cordeiro (dramaturgo seiscentista de assinalável aceitação na sua época, hoje esquecido) uma maravilhosa oportunidade para explorar a sua própria linguagem. Neste objecto com quase 400 anos, todos os princípios e referências que, nesta última década, têm norteado a ideia de teatro desta companhia estão ausentes. Como fazer, então, o seu teatro ante tamanha adversidade? Mais importante do que o perfume das coisas improváveis e fora da ordem natural dos percursos é a capacidade de conseguir extraí-lo.
"A Entrada do Rei", na tradição ocidental dos contadores de histórias, onde Dario Fo ou Philippe Caubère são referências incontornáveis, é afinal um pretexto para explorar o Teatro Total e a vertente do actor-criador. E, por isso, um insuspeito contributo para firmar o teatro como necessidade profiláctica de uma sociedade do espectáculo cada vez mais desumanizada."

Texto original: Jacinto Cordeiro
Tradução (para trabalho): Ana Brum
Dramaturgia: Ana Brum e Nuno Pino Custódio
Encenação: Nuno Pino Custódio
Espaço e Figurinos: Ana Brum
Direcção de Produção: Alexandre Barata
Fotografia e vídeo: Luís Batista
Direcção técnica e iluminação: Pedro Fino
Actores: Roberto Querido e Tiago Poiares

Classes de Teatro

08-10-2014 22:52:22   Últimas  

Estão abertas as inscrições para as Classes de Teatro 2014/15.
As aulas decorrem a partir de 18 de Outubro todos os Sábados das 10h00 às 13h00 na Academia de Música e Dança do Fundão

Junta-te a nós.
Vamos Fazer um Espectáculo.

Ficha de inscrição

10 ANOS

02-10-2014 13:30:54   Últimas  
este - estação teatral, aniversário

A ESTE – Estação Teatral da Beira Interior comemora no próximo dia 11 de Outubro, 10 anos de actividade com a estreia do espectáculo “Estava eu tão sossegada” e a abertura de uma exposição comemorativa. Estas actividades terão como palco a Moagem no Fundão mas o programa de comemorações prolonga-se até dia 7 de Dezembro com a apresentação dos espectáculos “Cozinheiros (versão CdA)” e “A entrada do Rei” por várias localidades do concelho.

ESTAVA EU TÃO SOSSEGADA

11 de OUT. 21h30 / Moagem
12 de OUT. 17h00 / Moagem
10 ANOS: UM ESPECTÁCULO

11 a 31 de OUT. / Moagem
10 ANOS: UMA EXPOSIÇÃO

19 de OUT. 16h00 / Souto da Casa
A ENTRADA DO REI

26 de OUT. 16h00 / Aldeia de Joanes
A ENTRADA DO REI

02 de NOV. 16h00 / Enxabarda
A ENTRADA DO REI

09 de NOV. 16h00 / Alcongosta
COZINHEIROS (VERSÃO CDA)

16 de NOV. 16h00 / Salgueiro
COZINHEIROS (VERSÃO CDA)

23 de NOV. 16h00 / Valverde
COZINHEIROS (VERSÃO CDA)

30 de NOV. 23h00 / Fundão - Praça do Município
A ENTRADA DO REI

06 de DEZ. 21h00 / Moagem
07 de DEZ. 17h00 / Moagem

A ENTRADA DO REI

One Woman Company

19-08-2014 16:13:17   Últimas  

Caja de Musica

23 Agosto 2014, 22h
n'A Moagem- Cidade do Engenho e das Artes, Fundão

A rotina diária leva a que uma boneca elabore um plano de fuga da sua caixa de musica, do qual, obviamente, seremos todos cúmplices e participantes.
“Não é teatro, não é dança, não é circo... é, simplesmente, de morrer a rir”
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Autoria, encenação e interpretação: Salomé Hadji

comicINcontinenti

19-08-2014 16:14:39   Últimas  

Come quando fuori piovi

24 Agosto 2014, 22h
n'A Praça Velha, Fundão

Baseado em temas tradicionais da Commedia dell’Arte, este espectáculo original foi especialmente composto por Antonio Fava para a companhia de teatro “comicINcontinenti”.
Este espectáculo envolve uma proliferação de personagens e caminhos estilísticos diferentes que vão desde tipos clássicos da Commedia do norte e do sul da Itália, tais como: Doutor, Pantalone, Apaixonados, Zanni, Polchinelo, entre outros tipos de personagens (sátiros, sacerdotisas, vestais...).
Valorizando a improvisação como método e transparência cénica de uma técnica, cada actor pode alternar, com frequência e de forma rápida, de personagens, claro, como na Commedia tradicional, não se pouparão os momentos musicais!
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Direcção: António Fava \ Acrobacia: Marcela Domeniconi \ Organização: Dina Buccino \
Interpretação: Elena Alex Coll, Andrew Crupi, Mariana Dias, Ferruccio Fava, Andrea Iarlori, Ugo Maurino, Marco Nanetti
*(O espectáculo é falado em inglês, italiano e português)

Ajidanha

19-08-2014 16:15:33   Últimas  

À Deriva

29 Agosto 2014, 22h
n'A Moagem- Cidade do Engenho e das Artes, Fundão

O projecto de teatro “À Deriva” consiste numa adaptação livre do texto teatral “Em Alto Mar” de Slawomir Mrozek, a partir do qual se pretende criar uma dramaturgia própria, uma linguagem cómica e visual, capaz de dialogar com a profunda crise de valores (sociais e institucionais) em que o país, e o mundo, estão mergulhados. “À Deriva” conta-nos a história de dois homens e uma mulher perdidos em alto mar, após o que se julga ter sido uma catástrofe natural. O enredo da peça gira em torno da maneira como estes três náufragos, circunscritos ao espaço de uma balsa (jangada) e ao mesmo tempo rodeados pela imensidão do mar, enfrentam o problema da fome. As três personagens principais, Gordo, Médio e Magro, uma vez que os mantimentos acabaram, fazem tentativas de campanhas eleitorais, alianças, investidas políticas, apelo ao auto-sacrifício, numa série de pequenos e significativos eventos para justificar uma escolha fundamental: quem deverá ser comido em prol da sobrevivência. Um espectáculo caracterizado pelo nonsense, pela comédia visual e física, e pela sátira implícita do sistema social e político que muitas vezes se revela absurdo e profundamente injusto.
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Encenação e dramaturgia: José Carlos Garcia e Nádia Santos \ Cenário e figurinos: Criação colectiva \ Desenho de luz: Bruno Esteves e José Carlos Garcia \ Operação de luz e som: Bruno Tapadas \ Produção executiva: Rui Pinheiro \ Produção: Ajidanha \ Interpretação: Ana Grilo, Bruno Esteves e Rui Pinheiro