“Estes três textos nasceram no espaço de intervenção de uma companhia de teatro. E esta nasceu também das acções representadas destes três textos. Num conjunto de doze criações, Mãe preta (2004), O filho da dona Anastácia (2006) e A verdadeirahistória da Tomada do Carvalhal (2007) sintetizam de forma plena os primeiros cinco anos de uma pequena unidade de criação sedeada numa cidade do interior de Portugal, a ESTE – Estação Teatral.
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Estes três textos constituem-se em quereres, que são, afinal, faculdades vitais que norteiam inclusive as nossas preciosas e frágeis vidas. E são também simbólicos, pois expressam a força inquebrantável de uma companhia de teatro nascida no seio desalentado de um panorama feito de isolamento e preconceito.
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Três textos que só puderam existir e fazer existir porque o Teatro é afinal uma máquina que faz manifestar a mais elevada forma de amor (ou nem sequer funcionaria): o amor pelo outro, pelo desconhecido como se fosse próximo, como se fosse nós mesmos e onde, na descoberta, na diferença e na singularidade do indivíduo, ganhamos consciência da nossa própria identidade. E assim avançamos como seres humanos.”
Nuno Pino Custódio, Novembro de 2009